segunda-feira, 4 de março de 2013

[Review] Rocksmith

Olá pessoal!

Estamos aqui para mais uma análise do nosso forno de games. Dessa vez o jogo escolhido foi Rocksmith, um dos grandes sucessos(?) da Ubisoft, que é uma das produtoras que mais domina nosso blog com seus jogos excelentes, será que eles acertaram desta vez?


Com certeza você lembra de jogar Guitar Hero com os seus amigos na época em que o único jogo do tipo era este clássico da Activision, algum tempo depois o game decidiu inovar para a clássica guitarra com 5 botões coloridos que todos conhecemos, mas e se tocássemos com uma guitarra de verdade? Bom, a Ubisoft pensou nessa possibilidade e desenvolveu um game que é realmente capaz de fazer você se sentir como um rockstar!

Apesar de não ter feito tanto sucesso como o GH por diversos motivos que estaremos explicando ao longo da análise, ele ainda sim consegue se um jogo único, talvez o estopim para os próximos jogos deste tipo.


Basicamente o que temos em Rocksmith é uma espécie de GuitarHero com RockBand, ou seja, a Ubisoft misturou o melhor dos dois melhores games de guitarra e música que existiam no mercado com uma novidade: Desta vez você realmente pode tocar em uma guitarra ou baixo de verdade e não apenas apernar as notas na tela.
Assim como qualquer outro jogo do tipo, seu objetivo é tocar todas as músicas fazendo uma certa quantidade de RocksmithPoints(ou rsp) em cada música a fim de liberar os efeitos usados na mesma, ou seja, se eu fizer 70.000 rsp em uma música eu irei liberar os efeitos de distorção usados nela. E além disso você se vê como um artista amador que deve fazer sua carreira até o topo ajuntando a maior quantidade de rsp possível para passar de nível e liberar mais itens, guitarras, pedais, amplificadores e assim você vai "zerando" o jogo.

Um dos motivos que levou a Ubisoft a lançar este game não foi pelo fato de ele vender mais ou menos, muito menos pelo sucesso que este iria fazer, mas uma das ideias que é mais aceitável é o fato de ela querer apenas mostrar para o mundo que é possível fazer um game baseado em sons e música, algo muito mais interativo do que botões coloridos, isso obviamente bateu de frente com outras ideias de outros desenvolvedores e acabou até por dividir a nação gamer entre aqueles que preferem os clássicos coloridos e aqueles que são músicos e preferem a guitarra de verdade.

Não foi feita nenhuma promessa de que o jogo seria sensacional, pois ele é o primeiro jogo do tipo, mas também não foi dito que ele seria horrível, na verdade a Ubisoft conseguiu mascarar muito bem os erros que cometeram neste jogo com outras features que deixaram o game ainda mais legal.





Diferentemente dos outros games de música, o Rocksmith parte do princípio que você é um puro iniciante, que nunca pegou uma guitarra ou baixo na vida, então ele vai começar te ensinando a tocar, te mostrando não só as posições de dedos e o nome de cada coisa, mas ele vai literalmente te ensinar a pegar na palheta e tocar sua guitarra(ou baixo). Para jogar o game divide as cordas em 6 ou 4(dependendo do instrumento) cores diferentes, e cada nota também tem um desenho diferente dependendo da técnica que deve ser utilizada, assim você só precisa bater a cor da corda com a cor da nota na casa especificada e tocar normalmente.

Após o vídeo inicial é possível iniciar ou pular um pequeno treinamento que mostra como o jogo funciona e depois disso ele te ensina a afinar sua guitarra, para aquelas pessoas que realmente nunca pegaram em uma guitarra e tem vontade de aprender a tocar, podemos dizer que Rocksmith é um ótimo professor, porque você aprende se divertindo, o que encaixa o game mais como educativo do que como passatempo.

Toda a interface é bem simples, o que sugere que não foi dada muita atenção a esta parte do game, porém ela é bem clean e não é feia de se ver, sendo um tanto minimalista demais, porém nada que tire o mérito do jogo. Já o game em si possui gráfico bem legais, não são perfeitos, até porque não há muita coisa no que se aperfeiçoar, mas as partes móveis e os fundos de cenário compõem um ambiente bem interessante para que o jogador se sinta um rockstar de verdade.

Um outro quesito que é bem legal do jogo é que as músicas não são compostas só por Rock N' Roll, mas há também blues, jazz, heavy metal, rock clássico e muitos outros estilos que irão com certeza agradar a qualquer player, mas, se você não se sentir agradado com as músicas do jogo, você pode entrar na loja do jogo e comprar as músicas para download, que são vendidas por packs ou individuais, e incorporá-las ao game para uma melhor experiencia de música.

Um dos mini-games do jogo, chamado Scale Runner
O game também chama a atenção para uma coisa que diversifica o público, nele não é só possível tocar guitarra, mas também é possível tocar baixo, então você tem as duas possibilidades de instrumentos, mas se você não tiver um baixo não se preocupe, ele também dá a opção para que você emule o som do baixo diretamente na sua guitarra, fazendo dela um baixo elétrico utilizando-se das cordas E(mi), A(la), D(ré) e G(sol), que são correspondentes as quatro cordas de um baixo convencional.

Algumas música também não estão na afinação comum, então o game também mostra como você deve afinar sua guitarra ou baixo para que você as toque perfeitamente, sem falar no modo AMP, que permite ao jogador fazer um Jam e tocar aquilo que bem entender selecionando uma guitarra, um amplificador e um pedal de sua preferência a partir da lista de equipamentos que o jogador liberou ao longo do jogo.

Mini-games também estão inclusos no pacote, a cada duas ou tres música você pode abrir um mini-game que pode conter diversos joguinhos arcade como Duck hunt, Tetris, Baseball e outros que a Ubisoft criou para serem jogados apenas com a guitarra e nada mais!

O game também suporta multiplayer, desde que você e seu amigo tenham duas guitarras, ou uma guitarra em um baixo, e dois cabos de conexão específicos do jogo.

E a lista fica:
  • Um game inovador;
  • Ótimo professor para quem quer aprender;
  • Permite tocar dois instrumentos (guitarra e baixo);
  • Atende a um público diversificado em termos de gênero musical;
  • Contém diversos extras para deixar o jogo mais divertido;
  • Interface simples;
  • Jogabilidade relativamente fácil;
  • Multiplayer.


É nesta sessão que vamos expor os erros deste game que, infelizmente, são muitos, mas isto é até que aceitável, já que, por ser um game novo e único do seu tipo, não houve muitas referências na hora do desenvolvimento de seu engine e muito menos modelos de teste para os bug trackers da Ubisoft.

O principal monstro deste game é o delay. Em televisores de tubo ou em saídas de vídeo componente e não HDMI o delay não se mostra tão insuportável, mas ele ainda existe e está muito presente, porém quando se joga em HDMI o delay basicamente te impede de jogar muitas músicas, isto devido ao modo como o game identifica as notas tocadas e o tempo entre identificar o som e tocar este som no televisor, e por mais que você calibre o delay no game, ele nunca some.

Para identificar qual nota você tocou ele se baseia em uma cadeia de frequências, que é baseada na corda Lá, que tem uma frequência de aproximadamente 440Hz, e a partir desta frequência é possível determinar todas as outras frequências de todas as outras cordas através de um calculo simples de física. Este é o problema. Até o game identificar a freqüência  passar isto para o processador e processar tudo para saber qual é a nota e a corda que você tocou e comparar com a nota e a corda que você deveria tocar leva muito tempo, não obstante de que o game ainda indica em qual casa você tocou e qual você deveria tocar, e isso demanda muito tempo, ou seja, o tempo entre a nota estar dentro do tempo para você tocar e você realmente tocar é muito grande, fazendo com que diversas vezes você precise tocar a nota segundos antes da nota real aparecer no game.

O outro problema que talvez foi o motivo do porque este game não ficou tão famoso é que ele é muito específico no que diz respeito a hardware, ele necessita de um cabo com entrada P10(comum para guitarras) numa ponta e um outro com uma entrada PS2 que é ligado a um conector(também único) e só assim ligado a um USB, portanto este é um cabo produzido exclusivamente para o game e produzido especificamente pela Ubisoft, então você nunca vai achar outro desses para vender na rua, e isto torna a reposição de peças muito complicada. Felizmente o game já vem com o cabo, o que te poupa o trabalho de buscar algum para comprar.

O cabo necessário para jogar
Um quesito que foi listado nos prós, porém se encaixa como contra é o fator multiplayer, pois para jogar multiplayer você e seu amigo necessitam de dois cabos dos quais é impossível se encontrar em lojas, ou seja, os dois precisam ter o jogo para jogar.

Uma das coisas que só é perceptível para músicos, é o fato de que o som da guitarra não é excelente no game, ele não chega a ser ruim, mas também não é muito bom, podemos dizer que é um meio termo entre ruim e bom, talvez um "quase lá", devido aos drives exagerados e aos compressors sujos que os pedais proporcionam.

Outra coisa que talvez contribuiu para o fato da não-famosidade do game foi  de que você precisa de um instrumento para tocar, e as guitarras não custam muito barato, isso acabou filtrando muitos dos players que queriam jogar mas não tinham instrumento para tal. Sem falar que o game em si já é bastante caro, uma vez que é necessário pagar não só pelos impostos e pelo game em si, mas também pelo cabo e a caixa que o acompanham, a caixa esta que é um tanto excêntrica demais e poderia ser muito mais simples e barata. Enquanto um game comum de Xbox ou PS3 sai por R$90~200 este não sai por menos de R$250, mesmo não sendo um lançamento.

E para completar a nossa lista de coisas caras, as músicas que estão disponíveis para download na loja do jogo são, em sua maioria, pagas, sendo assim além de pagar por tudo isso que você comprou do jogo você ainda deve pagar mais se você quiser diversificar um pouco as músicas do game.

  • Muito delay, não é possível sincronizar as notas com a guitarra;
  • É necessário um cabo especial para jogar;
  • Multiplayer necessita que ambos os players tenham o jogo;
  • O game em si necessita que você tenha uma guitarra;
  • Se o seu cabo quebrar é melhor para de jogar, pois é difícil encontrá-lo à venda;
  • O som da guitarra não é excelente;
  • O game é muito caro para o que oferece;
  • Você está pagando, na verdade, o cabo e a caixa;
  • As músicas da loja são, quase todas, pagas;
  • O jogo é curto demais;
  • É um game feito para um público amplo, porém suas requisições o deixaram muito específico.


O jogo em si é bom, vale a pena comprá-lo pelo seu conteúdo, porém ele demanda um grande orçamento para que você possa de fato tê-lo, então somos obrigados a dizer que não vale a pena gastar todo este montante de dinheiro para comprar o jogo só para jogar, pois você vai gastar demais em um jogo que é curto e não é muito cativante, ou seja, você vai comprar e não vai jogá-lo por muito tempo. 

Mas se você deseja realmente ver como o jogo é e ter a sensação de tocar na guitarra de verdade, ai sim podemos dizer que vale a pena, pois ele consegue mais do que qualquer outro fazer o player se sentir um artista completo!

Notas:

  • Gráficos: 10
  • Jogabilidade:  8
  • Som: 8
  • História: N/A
  • Diversão:  7
  • Média: 8.2

  • E assim terminamos mais uma análise de mais um dos games que prometem mudar a história de como jogamos, este em particular rendeu a Ubisoft diversos prêmios de criatividade, e muitos artistas deram os parabéns pelo fato de que este é um excelente jogo para aprendizado, em uma dessas entrevistas o guitarrista da banda de Metal Melódico brasileira Angra, Rafael Bittencourt, disse várias coisas que realmente vão fazer sua opinião mudar, confira aqui:


    E ficamos por aqui, aguardem nossa próxima review! 

    Até mais!






    "MMO's Place: seu ponto mmo"

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